sexta-feira, 31 de julho de 2009

Isso é que é errata...

Parabéns à BBC Brasil
AF 447: Nossa cobertura e nosso erro
Rogério Simões 4/06/2009, 06:39 PM - (da BBC BRASIL)
A tragédia envolvendo o voo 447 da Air France, cuja viagem entre Rio de Janeiro e Paris terminou no fundo do oceano, atingiu e sensibilizou pessoas ao redor do mundo. Cidadãos de 32 países perderam a vida no acidente, cujas características ainda intrigam especialistas e chocam qualquer um que já tenha cruzado o Atlântico a bordo de uma aeronave.
Diante do desastre, leitores e jornalistas, ainda desprovidos de explicações técnicas para o raríssimo fato de que um Airbus havia simplesmente despencado do céu, buscaram o lado humano dessa triste história. A imprensa foi atrás de perfis das vítimas, informações que foram avidamente consumidas por um público sensibilizado pela perda repentina de mais de 200 vidas. Num momento como esse, o interesse pelas circunstâncias que colocaram cada passageiro dentro do voo da Air France, como o motivo de sua viagem, quem ficou para trás à espera de um telefonema na chegada ou quem se preparava para recebê-los na capital francesa, era imenso. Como uma forma de homenagem às vítimas, ou por simples curiosidade, o lado humano de uma tragédia é sempre um importante material jornalístico.
Além dos nossos repórteres no Rio de Janeiro e em Brasília, que registravam as últimas informações sobre as buscas e teorias para o destino do avião, inicialmente dado como desaparecido, a BBC Brasil dedicou parte de seus esforços de reportagem no exterior à obtenção de informações sobre passageiros, particularmente estrangeiros.
O menino britânico de 11 anos que voltava sozinho do Rio após visitar os pais, o grupo de franceses que havia ganhado a viagem ao Brasil de uma empresa, a espanhola que voltava de lua-de-mel em voo diferente do marido, todas essas histórias mostravam o caráter verdadeiramente internacional do desastre.
Entre elas estava a da família Schnabl. A sueca Christine Badre Schnabl e seu filho Philipe morreram na queda do Airbus A330, enquanto seu marido, o brasileiro Fernando Bastos Schnabl, e a filha Celine fizeram o mesmo trajeto a bordo de um voo da TAM, pousando com segurança em Paris. Mas ao noticiar tal história, nós da BBC Brasil erramos.
Erramos por reproduzirmos, sem confirmação, a informação de que a separação do casal em dois voos diferentes se devia ao medo da família de acidentes aéreos. A informação havia sido publicada apenas por um jornal sueco, o Expressen, e ainda não havia sido confirmada pela nossa reportagem em Estocolmo. Mas mesmo assim o nosso texto foi ao ar, não apenas trazendo uma informação vinda de apenas uma fonte, mas também sem explicar no título e no primeiro parágrafo, como deveríamos ter feito, que se tratava de um fato apurado apenas por um outro veículo.
O suposto costume do casal de viajar em voos diferentes dava uma conotação ainda mais dramática e inusitada ao caso, e por isso nosso texto teve grande repercussão, recebendo grande destaque em nossos sites parceiros. No entanto, a separação da família na viagem à França tinha na verdade outro motivo.
Quando conseguimos falar com Fernando Schnabl, ele desmentiu a versão do jornal sueco, reporoduzida no dia anterior pela BBC Brasil. A família não tinha medo de voar, apenas estava em aeronaves diferentes devido à necessidade de aproveitar os benefícios de milhas aéreas acumuladas.
A reportagem com o brasileiro, esclarecendo o que realmente havia motivado a separação da família, foi publicada um dia depois do texto anterior. Recebeu no nosso site o mesmo destaque que havia tido a informação errada. Mas nada apaga o fato de que divulgamos, equivocadamente, uma notícia de outro veículo sem a verificação devida, prevista nos princípios editoriais da BBC. Um erro, fruto de um esforço de levar aos leitores as histórias humanas por trás de uma terrível tragédia. Mas, mesmo assim, um erro. Do qual (o nosso leitor pode ter certeza) já tiramos muitas lições.

Tuuuudo a ver!

Essa pérola foi sugerida pelo jornalista Lucas Ribeiro. Comentários desnecessários. Esses coleguinhas...



quinta-feira, 30 de julho de 2009

O pombo traficante

Essa notícia súúúper importante saiu em todos os jornais de Porto Alegre hoje. Eu e o Lucas, meu colega do novo trabalho, morremos de rir! O Correio do Povo chegou a publicar a radiografia do pombo!???!!

Pombo “traficante” passa por cirurgia
Pista viva de inédita ação criminosa no Estado, o pombo que caiu na terça-feira no 4º Regimento de Polícia Montada, no Bairro Partenon, com partes de um celular atadas ao corpo passou, ontem, por delicada operação no Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
Ele foi atingido por tiro de chumbinho nas duas asas. Os chumbinhos foram retirados do corpo da ave na tarde de ontem, e os veterinários reconstituíram os ossos da asa direita, esmigalhados pelos tiros.
Ave será colocada para adoção
Seis veterinários trabalharam das 15h às 16h50min para colocar duas placas de titânio, oito parafusos do mesmo material e um pino de aço inoxidável nas asas feridas. Tudo para manter vivo o pombo que alguém usou para tentar fazer chegar ao Presídio Central um carregador e uma bateria de celular.A expectativa é de que o pássaro se recupere em 30 dias. Depois, será colocado para adoção.
– A operação na asa direita foi mais complicada porque o osso atingido fica perto da articulação. Vai sobreviver, mas pode não voar mais. Aí, vai precisar de um “dono” para cuidar dele – disse o diretor do hospital, Marcelo Alievi, responsável pela cirurgia.
Fonte: Diário Gaúcho

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Erros divertidos

Econtrei esse blog, que tem umas histórias ótimas sobre os erros da imprensa. Selecionei duas delas:


Pobre véia



Era para ser mais uma notinha esquecida num canto da coluna social de um jornal com tiragem de 10 mil exemplares, mas se transformou num hit da internet. Na legenda da foto de uma respeitável senhora que fazia aniversário, o jornal A Gazeta, de São Bento do Sul (SC), manteve por engano a recomendação deixada por algum jornalista a respeito do corte na fotografia: "colocar só a véia".



Folha enforca Jesus Cristo

É provavelmente a errata mais engraçada já publicada pela Folha de S.Paulo: "Diferentemente do que foi publicado no texto 'Artistas 'periféricos' passam despercebidos' (...), Jesus não foi enforcado, mas crucificado". O texto está na coletânea de Erramos publicado na Folha Online, "uma seleção de notas embaraçosas e sugestões para evitá-las".



Confere lá mais erros divertidos:
http://www.botecosujo.com/2007/05/pessoas-sem-assunto-no-elevador-falam.html

Chatô

Estava relendo o Chatô, do Fernando Morais, e marquei essa histórinha que eu achei sensacional:


"...O enorme e frágil telhado de vidro que os vespertinos associados exibiam, no entanto, tirava autoridade de Chateaubriand para ditar regras de ética jornalística em suas colunas. Campeão das manchetes escandalosas que o patrão detestava, o Diário da Noite carioca superaria a si próprio quando se anunciou que o Papa Pio XI estava acometido de gangrena em um dos pés, moléstia que acabaria por matá-lo meses depois. Carlos Eiras, o secretário do jornal, célebre pela capacidade de resumir uma notícia em um número cada vez menor de palavras, não teve dúvidas em lascar na primeira página do Diário da Noite (em oito colunas, letras garrafais e com ponto de exclamação, como se escarnecesse de Chateaubriand) aquele que durante muitos anos seria considerado pelos jornalistas brasileiros como um modelo de síntese e sensacionalismo: PODRE O PÉ DO PAPA!".


Rárárárá! Genial!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Reativando...

Depois de um longo tempo ausente, estou reativando o blog com uma contribuição do colega Lucas Azevedo.


Estelionatário engana mulheres na zona sul da Capital
Homem aplica golpe por meio de anúncios de um jornal


Um vigarista bancando o Don Juan está dilacerando corações e bolsos de apaixonadas da Região Metropolitana. Bem vestido e de boa conversa, o homem demonstra estar enamorado das vítimas e aproveita-se da confiança delas para conseguir dinheiro fácil. Depois de receber grana e presentes, o malandro desaparece do mapa.


Três meses foram suficientes para uma mulher de 56 anos, que pediu para não ser identificada, cair na lábia do golpista. De acordo com ela, os dois conheceram-se por meio do correio sentimental de um jornal. A vítima publicou um anúncio no ano passado. Em março, um homem ligou para ela, e eles marcaram um encontro. A partir de então, teve início o relacionamento.

— Ele se apresentou como evangélico e viúvo. Disse que era diretor de pedágios. Começou a frequentar minha casa, ir a eventos da família. Ele é cativante — conta. A mulher comprou roupas e dois celulares, de operadoras diferentes, para o namorado, que chegou a pedi-la em casamento.

— Ele dizia que tinha uma casa de 17 peças e um carro importado, fabricado na Alemanha. Só que nunca tinha dinheiro para nada. Ficávamos mais na minha casa — relata.

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a2580046.xml


Saca as características do denominado Don Juan: 46 anos, 1,80m, 106kg, olhos claros, cabelo preto, uma cicatriz no contorno da boca, anda bem vestido, é manco e tem cacoete em um dos braços.